Relação do existencialismo e fenomenologia com o filme o naufrago
Já conforme o Existencialismo de Sartre, o homem precisa ver-se como responsável por seus atos, conscientizar-se de que está só, não há Deus para ditar normas de conduta, nem para “abençoar” ou “amaldiçoar”. O homem está “condenado a ser livre”.
Sensibilizado através do Filme “O Náufrago”, onde o personagem central é exilado do próprio mundo habitual, perde suas referências de identidade, quem era para sua noiva, seu trabalho. Ele perdeu seu espaço no mundo que o significava. Nós nos constituímos psiquicamente através do olhar do próximo, é na relação com o próximo que nos significamos como “humanos”. Ao ver-se isolado de seu mundo e de tudo que ele significava como “sua vida, seu espaço, seu mundo”, o Náufrago pega uma bola que achou nos destroços do navio, e, acidentalmente, acaba por desenhar com seu sangue um rosto nela, dando-lhe o nome de “Wilson”, dando-lhe uma vida, de forma a transformá-la num “próximo”, que lhe permitisse sentir-se humano, um “ser social”.
Na solidão da Ilha, o Náufrago enfrentou a perda de tudo que fôra, foi tirado do seu meio, ficou sem nenhuma das pessoas com quem convivia habitualmente, e tudo aquilo que significava, como seu trabalho, os horários que deveria cumprir, prazos, a família e sua noiva, seus compromissos assumidos, etc., tudo tinha perdido o significado. Já nada mais “significava”, uma vez que na ilha precisou inclusive lutar e reconstruir suas condições mínimas e mesmo físicas de vida, e reaprender até mesmo a comer conforme o novo lugar, onde viu-se obrigado a pescar sem instrumentos comuns, aguentar a dor de sua carne que não estava habituada àquelas condições, seus pés sangravam sem ter como usar sapatos.