Relação da novela com o conde de monte cristo
O Conde Monte Cristo, história de um homem que passa anos trancafiados em uma prisão, por conta de uma traição arquitetada por seu melhor amigo, que lhe rouba a noiva, e, por fim, a vida.
A base do romance de Dumas, melodramática em sua essência, é tão arquetípica que, mesmo quando não lhe dão o devido crédito, ela retorna à vida. Exemplo disso é a novela Flor do Caribe, de Walther Negrão, há duas semanas no ar no horário das 18 horas da Rede Globo.
A trama não se passa no sul da França, como no livro de Dumas, mas na cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. A encarnação brasileira do protagonista Edmond Dantes é o piloto da Força Aérea Cassiano, vivido por Henri Castelli. Filho de um humilde trabalhador de minas de sal, ele é um jovem esforçado, ambicioso e honesto. Mas tem o azar de ter como melhor amigo, desde a infância, o inescrupuloso Alberto, que equivaleria no folhetim global ao mau caráter Fernand Mondego.
Alberto inveja à força e a determinação de Cassiano e deseja, acima de tudo, sua noiva, a guia de turismo Ester. A jovem corresponde à catalã Mercedes de O Conde Monte Cristo, disputada por Dantes e por Mondego, que, no livro, é primo da “mocinha”.
Nas duas primeiras semanas da novela, que tem cuidadosa direção-geral de Jayme Monjardim, os passos de Cassiano se assemelham aos de Dantes. Por conta de uma armação de Alberto, o protagonista é feito prisioneiro, na Guatemala, de um diabólico contrabandista de pedras preciosas, Dom Rafael. O herói é dado como morto e vários anos se passarão até que ele retorne para reclamar o que é seu de direito: Ester, agora casada com Alberto, e o filho, criado por seu traidor.
A fórmula melodramática está fazendo sucesso de audiência: Flor do Caribe, muito bem acabada visualmente e com elenco afinado, ainda que convencional na forma e assumidamente folhetinesca venha alcançando índices crescentes, chegando a marcar 21 pontos no Ibope, excelente para o horário em que é exibida.