relaçoes internacionais
Durante décadas houve especulações sobre o valor da Amazônia para o futuro do Brasil e um reconhecimento da importância dessa região para a nação. Ao longo do tempo, houve tanto o receio pelo risco de uma perda de controle do território pela perspectiva difusa de uma "internacionalização da Amazônia", a partir de uma má ou insuficiente gestão brasileira da região. O presente trabalho mostra que é a partir do Tratado de Cooperação Amazônica que se procurou a integração física e o desenvolvimento da Amazônia continental pretendendo afastar qualquer tentativa de controle internacional sobre a região, pois regionalizando a solução do problema os países signatários estariam resguardando sua capacidade de decisão na região. Tal solução garantiria a segurança pela cooperação sem recurso aos meios militares, se o pacto realmente produzisse resultados concretos no marco dessa cooperação.
Assim, num momento em que a fronteira econômica e demográfica se expandia e se aproximava da fronteira política, estabelecendo conexões com os países vizinhos, foi necessário encontrar um ponto de equilíbrio entre preservação ambiental, desenvolvimento econômico e controle político. Isto para que as noções de soberania e de responsabilidade pudessem substituir as de ausência e descaso, que poderiam ter gerado a perda ou a degradação deste inestimável patrimônio que representa mais da metade de nosso território nacional.
2 A INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA
A Bacia Amazônica é o maior sistema fluvial do mundo, com 6.400.000 km² de extensão, compartilhado entre nove países, chamados Estados amazônicos, seu potencial energético (petróleo e hidreletricidade) e a sua localização geográfica (região equatorial, estendendo-se dos Andes ao Oceano Atlântico) sempre despertaram os interesses de cientistas, empresários e governantes de todo o mundo.
No início do século XX, no auge do ciclo da borracha, foram demarcadas as fronteiras da Amazônia,