Relatório referente ao documentário "Entre Rios"
Como um dos fatores da mudança na relação com os rios, temos bairros (como Higienópolis e Campos Elísios, destinados a elite cafeeira que veio do interior para a capital) que passam a contar com uma nova infraestrutura, a água encanada. Com base nessa nova infraestrutura e nos problemas sanitários existentes, em 1878 a Companhia de Águas e Esgoto Cantareira passam a servir com objetivos mercantilistas: atendem aos interesses da elite paulistana, que decide transformar São Paulo nos moldes das cidades européias, e apresentam como solução a canalização e o aterramento. Dessa forma, os rios Tamanduateí e Anhangabaú são parte canalizados e parte aterrados e transformados em parques (Tamanduateí e Parque Dom Pedro).
Essas canalizações, no entanto, tornam-se a principal causa das constantes enchentes que devastam São Paulo até hoje, uma vez que o limite de vazão natural dos rios ultrapassa os limites impostos no processo de canalização. Em uma contradição, as autoridades ignoram esses problemas fluviais e partem para mais construções que prejudicam o curso dos rios, como podemos exemplificar com as cenas de construção de uma nova faixa na Marginal Tietê, exibidas no documentário “Entre Rios”.
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Com o desenvolvimento acelerado, São Paulo chega a um estágio de crescimento onde a malha urbana passa ocupar a maior parte das áreas secas disponíveis, sendo as várzeas dos rios um impedimento a expansão da cidade. Neste contexto, a indústria automobilística já era presente e o consumo a