Relatório microbiologia simples
Em 1884, o médico dinamarquês Christian Gram descobriu, empiricamente, ao corar cortes histológicos com violeta genciana, através do método de Ehrlich (1882), que as bactérias que eles continham não eram descoradas pelo álcool, se previamente tratadas com solução de iodo. Ele adicionou a este procedimento um contra-corante
(safranina, fucsina básica, etc.) e estabeleceu, a partir daí, um novo método de coloração diferencial. Ao longo destes anos, o mecanismo de coloração de Gram foi muito estudado, e, nesta medida, muitas modificações foram propostas, sem, contudo afetar substancialmente a idéia original (Moraes et al., 2000; Marczwski & Vélez,
1999).
Externamente à membrana plasmática as bactérias apresentam uma parede celular, esta é uma estrutura rígida, responsável pela forma da célula bacteriana, que age como uma membrana seletiva e permeável, além de proteger contra choques osmóticos. São as características da parede celular que determinam a reação de Gram.
Análises químicas demonstraram diferenças entre as paredes das bactérias Gram positivas e Gram negativas (Fig. 1), já que a parede das Gram negativas é geralmente mais rica em lipídios que as Gram positivas. Nas Gram negativas o teor de peptídeoglicano (5 a 10%) é mais baixo que nas Gram positivas (40 a 90%) (Salle,
1961; Romeiro, 1995).
O método de Gram consiste basicamente, no preparo de um esfregaço de bactérias corado, sucessivamente, com um corante básico relacionado (cristal-violeta) e com uma solução de iodo diluída, submetendo-se, posteriormente a um solvente orgânico. As bactérias descoradas rapidamente pelo solvente são denominadas Gram negativas, enquanto que