RELATÓRIO O filme “A Formiga Z” é uma obra que pode ser caracterizada como “Genial”, visto que consegue, num filme de animação que supostamente era dirigido a crianças, incluir assuntos que nos dizem respeito a todos como sociedade que somos. E isso é extremamente importante, tendo em conta que, mesmo que não percebam verdadeiramente o filme, as crianças mais novas podem até aprender com as atitudes da personagem principal, a Formiga Z. Então comecemos por aí, pela personagem principal deste filme. Uma simples formiga, apenas mais uma no meio de quase um bilião delas que vivem num formigueiro num simples parque. No início do filme, podemos ver como Z é uma formiga infeliz e descontente com a vida que tem. Aparentemente, a única na colónia inteira que tem esse problema. Todos os outros estão contentes e satisfeitos com a vida que levam, mas Z, por outro lado, quer fazer e ser algo mais do que um trabalhador da colónia, função que lhe foi atribuido à nascença sem que lhe fosse perguntado se o queria fazer. A verdade, é que todas as formigas da colónia estão satisfeitas, todas, menos Z. Podemos então começar por nos questionar o porquê de elas estarem felizes. Como é que alguém consegue ser feliz, se não tem qualquer opção de escolha na vida? Se não lhe é permitido sequer escolher como quer dançar? A resposta a esta questão, eu aprendi-a com um texto escrito pelo filósofo grego Platão e encontra-se na obra intitulada “A República”. Este texto é intitulado de “A Alegoria da Caverna”, e confesso que para mim não foi simples de interpretar. Basicamente, o que o texto nos diz, é que o ser humano, quando obrigado a viver de acordo com certas circunstâncias, ou certos saberes, adapta-se de tal modo que essa situação (em que ele é forçado a viver toda a vida) se torna na sua realidade. Se eu viver toda a minha vida enclausurado na caverna de Platão, a ver as sobras da sua fogueira, essas sombras tornam-se a minha realidade, a minha segurança e o meu próprio mundo, mundo esse