Relatório da exposição Dialetos, realizada em Campo Grande em 2012
Dialeto: do grego διάλεκτος, translit. diálektos: 'conversa, conversação, discussão por perguntas e respostas; maneira de falar, linguagem própria de um país’; Variante regional ou social de uma língua. Falantes de uma mesma língua apresentam diferenças nos seus modos de falar, de acordo com o lugar em que estão, com a situação de fala ou registro ou, ainda, de acordo com o nível socioeconômico do falante.
A exposição fala exatamente sobre essa ‘variante’, desses diversos tipos de linguagens. As obras tratam de problemas sócias, mas de diversas maneiras, técnicas e materiais.
O artista tenta mostrar seu olhar sobre o mundo, sobre os problemas sociais.
Dividir a exposição em duas partes, nos dá a idéia de como são trabalhadas as diversas técnicas utilizadas pelos artistas. De um lado as pinturas e instalações que nos mostram uma visão mais particular de cada artista. Do outro lado os desenhos em nanquim e intervenções digitais. Os desenhos em nanquim, assim como as pinturas, também nos mostram a visão particular dos artistas. Já as fotos podem ser manipuladas digitalmente: há a visão do artista, mas há também a inserção de novas imagens.
Um dos quadros que me chamou a atenção foi “Ao momento presente” de Rondinelli Linhares. Eu tenho algo que me atrai quanto a corações. Nada mais piegas, melancólico, lírico do que um coração. Ainda mais quando este vem dentro de uma caixa, embalado pra presente, com uma etiqueta dizendo ‘Obrigado por não ter me amado’. Isso com certeza faz com que até aqueles que se dizem “durões” se “derretam”. Ou talvez não. Bom... Isso não vem ao caso.
Não há dúvidas sobre o que o artista quer dizer: O amor é uma droga! Ou como bem disse Camões é “uma ferida que dói e não se sente”. Se bem que no caso de Rondinelli, parece que ele sente a dor na ferida. E parece ser uma ferida a qual ele não quer fechar. Mas também, fechar porque? Para que?