Relatorio Mar Adentro
Dono da vida, o ser humano deve ser também, dentro de determinadas circunstâncias, o dono da sua própria morte. Não deve haver nenhuma censura ética ou jurídica na chamada "morte digna", que é a morte desejada por quem já não tem mais possibilidade de vida e que, em estado terminal, está sofrendo muito.
No caso da eutanásia, a morte pode ser considerada não abusiva quando cercada de circunstâncias como: que o paciente esteja padecendo um sofrimento irremediável e insuportável; que o paciente adulto e mentalmente capaz seja informado do seu estado terminal onde não há solução médica para o caso, e se decida pela eutanásia; que haja pedido por escrito, voluntário e lúcido do paciente; que o médico ouça a opinião de outro médico antes de cumprir o pedido. Também é muito importante a posição da família, sobretudo quando o paciente já perdeu a consciência.
O filme “Mar Adentro” retrata a vida de Ramón Sampedro (Javier Bardem), marinheiro e mecânico de barcos, que descobre a liberdade como o sentido da vida através do mar, e aos 26 anos, num momento de descuido salta de uma pedra em direção ao mar com maré baixa e bate diretamente com a cabeça na areia, o que lhe provoca uma lesão no pescoço e o torna tetraplégico. Esse acidente o condena para sempre a uma cama, prendendo-o entre quatro paredes torturantes e apenas uma janela, com a qual ele passa os dias sonhando ultrapassar voando, passando sobre montanhas verdejantes e indo de encontro ao mar, mar que tanto viajara, que lhe dera a vida, e o mesmo que a tirou. Ramón tenta legalizar uma petição que lhe dê autorização para realizar a eutanásia, sem que nenhuma das pessoas que o ajude seja prejudicada. O pedido é negado, e Ramón consegue morrer com a ajuda de uma amiga.
O presente relatório tem como objetivo retratar a necessidade de uma abordagem ampla e humanista, que deve acima de tudo, levar em consideração não somente a vida, mas a importância e necessidade de uma vida composta de todos os elementos da