Relatorio final
Tratamos aqui de outro momento histórico, quando foram estabelecidas sombrias relações entre o papado e o nazifascismo. Talvez estas reflexões sobre o passado nos ajudem a elucidar os dramas do tempo presente. Este artigo utiliza amplamente as referências contidas no livro O papa de Hitler, do professor e jornalista liberal inglês John Cornwell. O Tratado de Latrão: o papado e o fascismo italiano
Mussolini e representante do Vaticano assinam o Tratado de Latrão. No ano de 1860 o Estado italiano, que caminhava para a unificação, se apoderou de todos os domínios do papa, menos Roma. A cidade continuava a ser protegida pelas tropas francesas de Napoleão III. Como resposta aos novos tempos de revolução, o papa Pio IX aprovou o documento Sílabo de erros (1864), denunciando os grandes malefícios da modernidade: a democracia, o socialismo, a maçonaria e oracionalismo.
Seguindo na trilha do reacionarismo clerical, em 1870, o Concílio Vaticano I estabeleceu o dogma da infalibilidade do Papa. Este, como legítimo representante de Deus na Terra, estaria imune aos erros humanos. No entanto, antes que o Concílio chegasse ao fim as tropas francesas foram obrigadas a abandonar Roma para defender sua própria capital, ameaçada pelos prussianos. Imediatamente o exército italiano entrou na cidade, unificando finalmente o país. Ao papado coube apenas o pequeno território: o Vaticano.
Pio IX recusou qualquer acordo com o governo italiano e pregou a abstenção política dos católicos – na prática, a