Relatorio de estagio
A perseguição do Estado ao Ensino de História
Para compreendermos o Ensino de História no tocante das transformações ocorridas desde o seu surgimento como componente curricular até hoje, devemos ter sempre em vista o desejo do Estado em manter sua hegemonia e segurança diante das transformações sociais ao longo deste período; sempre preocupado com a forma com que o conhecimento – principalmente o histórico – era transmitido à sociedade e as dimensões que este tomava. Essa preocupação que os governos tinham ou ainda têm, mas não demasiadamente como antes, em relação ao conhecimento histórico, é cultivado desde 1837, quando da criação do Colégio Pedro II e, no mesmo ano, a fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), quando firmou-se a História como área escolar obrigatória.
Nas décadas de 1920 e 30, ocorreram mudanças no seio das instituições de ensino, com o surgimento e "aperfeiçoamento do controle técnico e burocrático" (FONCECA, 1993, p.25-6). Agora os professores, de forma geral, ficaram subordinados ao seu supervisor ou orientador pedagógico. Com essa medida, o Estado tira a liberdade dos professores em sala de aula, para um melhor controle do seu conhecimento, "filtrando" apenas o necessário a ser repassado ao aluno. O professor pode ser comparado, nessa condição, como um "mosquito" transmissor da "doença" do Estado.
Uma outra interferência do Estado na educação, e conseguintemente no Ensino de História, se apresentou em 1969, na forma de Decreto-lei , que autorizava a implantação de cursos superiores de curta duração. Para complementar esta medida, vieram as reformas curriculares de ensino em 1971, que previa a junção entre a História e a Geografia em uma só disciplina: Estudos Sociais, como também é enfatizado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).
A consolidação dos Estudos Sociais em substituição à História e Geografia ocorreu a partir da Lei n. 5.692/71, durante o