relatorio de estagio em uma uan
Cançado R.D. et al
Revisão/ Review
Anemia de Doença Crônica
1
Rodolfo D. Cançado
2
Carlos S. Chiattone
Anemia de Doença Crônica (ADC) é usualmente definida como a anemia que ocorre em distúrbios infecciosos crônicos, inflamatórios ou doenças neoplásicas, e é uma das síndromes clínicas mais comuns na prática clínica. Caracteristicamente, ADC corresponde à anemia normocrômica/ normocítica, leve a moderada, e caracteriza-se por hipoferremia na presença de estoques adequados de ferro.
Os três principais mecanismos patológicos envolvidos na ADC são: diminuição da sobrevida da hemácia, falha da medula óssea em aumentar a produção de glóbulos vermelhos para compensar o aumento da sua demanda, e distúrbio da mobilização do ferro de depósito do sistema mononuclear fagocitário. O papel central dos monócitos e dos macrófagos e o aumento da produção de citocinas mediadoras da resposta imune ou inflamatória, tais como: TNF α, INF γ e IL-1 estão implicados nos três processos envolvidos no desenvolvimento da ADC.
O propósito desse artigo é revisar os recentes avanços no entendimento dos aspectos patofisiológico, diagnóstico e terapêutico desta síndrome.
Rev.bras.hematol.hemoter.,2002,24(2):127-136
Palavras-chave: Anemia de doença crônica, citocinas, fator de necrose tumoral, inteleucina, interferon
Definição e Terminologia
renal, doença endócrina e doença hepática, exposição a drogas e/ou toxinas, embora essas causas possam coexistir no mesmo paciente (5).
O termo Anemia de Doença Crônica (ADC) foi proposto pela primeira vez por Cartwrigt, em
1966, após vários anos estudando o binômio infecção e anemia (6).
O termo ADC é inapropriado, visto que nem toda doença crônica cursa com anemia e nem toda anemia presente no paciente com doença crônica é devido à ADC (7). Desde a década de
70, várias denominações foram propostas como: anemia ferropênica com siderose reticuloendotelial (6),