Relato Rio Texto 1
As crianças nem sempre estiveram cercadas de mimos e preocupações dos pais como na atualidade, e por muito tempo sua denominação sequer existia: elas eram tratadas, vestidas e retratadas como adultos pequenos. Em História Social da Criança e da Família, o historiador francês Phillipe Aries descreve a “descoberta da infância”, o lento processo que colocou as crianças, que na alta Idade Média só recebiam nome se persistissem a viver, no centro das atenções e da família da Idade Moderna. A criação do conceito de criança não seria possível sem o aparecimento de padrões de conduta por idade, outro advento dos tempos modernos tratado pelo autor. Segundo o autor, na sociedade medieval inexistia o sentimento da infância, ou seja, inexistia o entendimento da particularidade infantil, portanto, a criança desde cedo, mais precisamente, assim que deixava de necessitar de constante cuidado por parte da ama ou da mãe, passava a fazer parte do mundo dos adultos. Sendo assim, observava-‐se um tratamento diferenciado entre criança e adulto apenas nos primeiros anos de vida do infante, em razão da necessidade de cuidados para sua sobrevivência. Em um época em que a expectativa de vida