relato individual de estagio supervisionado
Acreditamos que um curso de licenciatura deva preparar o acadêmico para atuar em sala de aula a partir da perspectiva de um professor-pesquisador. No entanto, é possível perceber, a partir das atividades previstas na disciplina de estágio, a dificuldade apresentada pelos acadêmicos em dialogar com a teoria discutida durante os quatro anos do curso de Letras. No relatório de estágio, os acadêmicos demonstram fragilidade no processo de escrita e nas discussões teóricas em torno não só do ensino da linguagem (englobamos aqui Literatura, Língua Portuguesa e Língua Estrangeira), mas também do conhecimento técnico dos conteúdos nos níveis Fundamental e Médio.
Nos projetos de intervenção elaborados pelos acadêmicos, nós, professores orientadores de estágio supervisionado de Língua Portuguesa e Literatura, respectivamente, priorizamos o trabalho com gêneros textuais. Para Bakhtin (2000, p.279) gênero é “um enunciado de natureza histórica, sóciointeracional, ideológica e lingüística”. E acrescenta (idem): “a utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana”. O conteúdo temático, o estilo e a construção composicional “fundem-se indissoluvelmente no todo[3]do enunciado, e todos são marcados pela especificidade de uma esfera de comunicação”. Os gêneros organizam nossa fala e nossa escrita, assim como a gramática organiza as formas. Bakhtin (1997), a respeito dos gêneros, afirma que em cada época e em cada grupo social há um repertório de discursos na comunicação sócioideológica.
Introdução
Acreditamos que um curso de licenciatura deva preparar o acadêmico para atuar em sala de aula a partir da perspectiva de um professor-pesquisador. No entanto, é possível perceber, a partir das atividades previstas na disciplina de estágio, a dificuldade apresentada pelos acadêmicos em dialogar com a teoria discutida durante os quatro anos do curso de Letras. No