Relativismo Social
Martinho Luís Kelm1
Resumo
Este artigo pretende contribuir na construção de um quadro conceitual de análise, a partir do entendimento das particularidades comportamentais dos agentes envolvidos no contexto das Ciências Sociais, da abrangência potencial da ação do contador nas organizações e sociedade e da necessidade de que os limites e possibilidades de sua ação e formação tenham também como referência a decisão organizacional e os relacionamentos que se estabelecem entre as células sociais e entre estas e a sociedade. Para tanto buscou-se, primeiramente, evidenciar as repercussões das características das Ciências Sociais sobre a
Contabilidade e a ação de seus profissionais. Em decorrência, é proposta uma estrutura de análise da ação do Contador a partir do modelo de paradigmas do conhecimento científico de Burrell e Morgan (1979) (funcionalismo, relativismo social, estruturalismo radical e neohumanismo) e seus desdobramentos para a Contabilidade. O artigo visa com isso subsidiar a escolha dos métodos de investigação em contabilidade que são decorrentes dos conceitos ontológicos e epistemológicos do pesquisador e das características de cada disciplina do conhecimento contábil. Esta segregação acaba refletindo-se diretamente nas metodologias de pesquisa admissíveis em cada foco de investigação e na postura adotada pelos diversos agentes organizacionais que permeiam a célula social.
Palavras-chave: Contabilidade, Ciências Sociais, paradigmas, pesquisa.
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Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul (Unijuí), mestrado em Finanças pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Doutor em
Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor do Departamento de Economia e Contabilidade da Unijuí (DECon) e do Mestrado em Desenvolvimento, Gestão e Cidadania. e-mail: