relativismo culural
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Relativismo Culturalpor Thynus, em 03.08.13 A expressão relativismo cultural faz referência a uma abordagem metodológica, uma forma de interpretar dados culturais usual na História e em outras ciências humanas, mas principalmente na Antropologia. Na verdade, para alguns autores a relativização se tornou sinônimo mesmo da Antropologia. E não é à toa que um famoso manual de Antropologia brasileiro, escrito por Roberto DaMatta, chama-se Relativizando. Andrew e Sedgwick, em obra de referência recentemente lançada no Brasil, definem o relativismo cultural como a visão que interpreta moralidade, práticas e crenças funcionando de forma diferente em culturas distintas e, logo, não podendo ser julgados quanto a seu valor segundo um ponto de vista de outra cultura. Já Robert Foley, antropólogo físico preocupado com a evolução humana, define o relativismo cultural como a visão atual que nega a existência de um conhecimento objetivo, acreditando apenas em um mundo de palavras e textos de criação humana. Nessa perspectiva, a experiência humana, incluindo o conhecimento, só pode ser alcançada por meio do mundo linguístico do pensamento e da comunicação. O mundo que experimentamos seria, dessa forma, apenas uma construção dos sentidos. Mesmo os mais moderados dessa corrente, de acordo com Foley, acreditam que, ainda que haja um mundo real, nunca o podemos observar e experimentar objetivamente. Vemos assim que existem maneiras diferentes de pensar o relativismo cultural: na primeira, ele aparece como uma prática contra o etnocentrismo; na segunda, como a desconstrução da realidade, uma visão em que a realidade não existe. A primeira visão é a mais usual na Antropologia Cultural e a segunda, que advém da Linguística, fundamenta a visão dos pós-modernos mais radicais. O relativismo cultural surgiu na Antropologia, levando os antropólogos a estudar quais as soluções que sociedades diferentes oferecem para as mesmas questões existenciais, nas