relativisando
Para realizar tal tarefa, o autor define o campo das ciências naturais como algo dotado de enorme objetividade, em que o mesmo teste de uma dada teoria poderia ser feito por vários observadores diferentes, em diferentes situações e até mesmo com perspectivas opostas e ainda assim, apresentar um único resultado. Segundo o autor, “as chamadas “ciências naturais” estudam fatos simples, eventos que presumivelmente têm causas simples e são facilmente isoláveis.” (DAMATTA, Roberto. Relativizando – Uma Introdução à Antropologia Social. Ciências naturais e Ciências sociais, página 19) Em contraste com isso, as chamadas “ciências sociais” seriam munidas de uma extrema complexidade e exclusividade. A tarefa de estudar os fatos sociais exige do cientista social um olhar crítico e sensível para perceber as motivações e os inúmeros significados que possam haver por trás de até mesmo a mais simples das ações – como a de comer um bolo, por exemplo.
A matéria prima das ciências naturais, portanto, seria o todo conjunto de fatos que ocorrem regularmente, com características simples e objetivas, que poderiam ser facilmente isolados e reproduzidos em um laboratório; ao contrário da complexa matéria prima das ciências sociais, que consiste no conjunto de fatos com determinações complicadas e dificilmente isoláveis, que estariam sob constante mudança, dependendo dos atores e de todas as relações existentes no dado momento da ação, ou até mesmo