Relativamente Físico
Daniel (17/03/99): No segundo parágrafo da introdução de seu artigo lê-se: "Das ruínas emergiram duas grandes teorias: a relatividade e a física quântica." Desculpe a ignorância, Alberto, mas quais as principais diferenças entre a relatividade e a física quântica (pergunta de um leigo)?
Alberto (19/03/99): As diferenças são muitas. Em primeiro lugar é preciso esclarecer que existe uma relatividade da física clássica (e até mesmo da física antiga, como você perceberá, caso evolua nesta thread) e uma relatividade da física moderna. Hoje em dia, quando se fala em relatividade, salvo considerações em contrário, quase sempre está se referindo a esta última (a relatividade de Einstein).
A relatividade, sob um ponto de vista estrito, é um capítulo da física que se preocupa com o estudo de fenômenos observados através de referenciais diferentes e como inter-relacionar essas diferenças. Por exemplo, ao observar a queda de uma bola, você terá a nítida impressão de que ela cai segundo uma vertical, mesmo que esteja no interior de um trem viajando a velocidade constante. No entanto, para quem está fora do trem a trajetória da bola é uma parábola.
Para grandes velocidades, próximas à velocidade da luz, alguns fatores interferem nos cálculos, condições em que parecem intervir fatores não explicáveis pela física clássica. Nestas condições, a matemática relativística da física moderna (equações de Lorentz) é mais feliz do que os artifícios apontados por Galileu.
A mecânica quântica, por outro lado, é útil ao explicar fenômenos que ocorrem no mundo do infinitamente pequeno (partículas elementares) e para os quais a física clássica ainda não encontrou uma explicação plausível (digo ainda pois acredito em variáveis ocultas da física clássica, coisa que a maioria dos físicos não aceita).
Resumindo, poderíamos dizer que em condições normais (baixas velocidades e objetos do nosso dia a dia) a física clássica responde a todos