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O documentário Juízo (Jovens Infratores do Brasil), produzido por Maria Augusta Ramos retrata a realidade das varas da infância e da juventude e as condições a que crianças e adolescentes são submetidas nas casas de recolhimento.
O documentário começa com o julgamento de um adolescente de 17 anos que se envolveu em um roubo de bicicleta e algo que chama atenção é o discurso da juíza ao dizer que o menino poderia estar fazendo alguma coisa lícita, como lavar um carro ou vender bala, quando, na verdade, esse menino deveria estar na escola, tentando um futuro melhor.
É assustadora a quantidade de processos acumulados sobre as mesas esperando andamento, mas não apenas por um sistema pouco célere e mal estruturado, mas pela probabilidade de boa parte destes serem relacionados a atos infracionais cometidos por menores.
Dizem ser o sistema penitenciário brasileiro ressocializador, principalmente quando se trata de crianças e adolescentes. Ocorre que, ao ver como são tratados aqueles que têm decretada a sua internação provisória ou definitiva, é difícil acreditar que algo melhor sairá de lá.
Preconiza o art. 2º da Constituição Federal que são poderes independentes e harmônicos entre si o Executivo, o Legislativo e o Judiciário vigorando o sistema de freios e contra pesos, mas, ao ver a postura da juíza na audiência das menores que furtaram a câmera de um gringo, é possível perceber que para ela apenas a independência do poder judiciário é importante, eximindo-se de uma adequação da medida a ser aplicada por não ser problema dela, ou seja, do judiciário, mas sim do executivo que não proporciona uma estrutura adequada. A grosso modo, entende-se que a ineficiência do sistema tem que ser suportada pelo mais fraco, o cidadão e ele que aguente.
Muitas vezes culpamos o sistema pelos erros cometidos, mas esquecemos de olhar para a estrutura familiar, que é o início de tudo. Na audiência foi oferecida, por parte do MP, a remissão, uma espécie de perdão judicial que, para a