RELACIONAMENTOS AMOROSOS

Psicóloga Clínica da CBPS: Francislene Marques
Ensaio – Relacionamentos Amorosos

O amor romântico não saiu de moda. Mesmo convivendo numa sociedade capitalista, onde tudo gira em torno do dinheiro, bens a serem acumulados, o amor é um sentimento que está presente na idealização de cada indivíduo. As mulheres estão cada vez mais independentes, os homens cada vez mais surpresos com essa tal indepedência. Os casais hoje “brincam de ficar”, se “rolar química”, continuam se encontrando, se não partem para outros encontros amorosos. Acho interessante explicar o termo “ficar”, por ser tão recorrente nas relações amorosas. Ficar é o nome dado a um estilo de relacionamento temporário que vem sendo adotado por jovens e adultos na atualidade. O termo ficar é comumente usado por adolescentes. Segundo Chaves1, “ficar com” surgiu no início da década de 80 e se tornou um relacionamento muito comum entre os jovens das camadas médias dos grandes centros urbanos do Brasil. A discussão sobre o ficar está relacionada a um comportamento vinculado à flexibilização da experiência relacional romântica e da possibilidade de quebra dos modelos relacionais até então vigentes onde, em diferentes níveis, as pessoas estavam comprometidas e engajadas em relacionamentos estáveis como o namoro, noivado e casamento.
Mas apesar da facilidade de conhecer e sair com outros, há um vazio que não está sendo preenchido. Existe uma solidão, e uma busca por um amor que seja mais duradouro. Para Lins2, o amor romântico tem seu próprio tipo de natureza, pois enquanto estamos apaixonados por alguém, parecemos viver fora da realidade, num estado de exaltação; a paixão é sempre uma aventura, existe uma perspectiva no homem e na mulher de que o amor revele algo sobre eles mesmos ou sobre a vida em geral, permitindo um acesso ao possível, à submissão, ao desejo e às várias formas de ilusão.
E quando chega a desilusão, o desamor, o desapaixonar de um dos parceiros, o sofrimento se torna