RELACIONAMENTO ENTRE AS LIDERANÇAS INTERNAS E EXTERNAS x A CRISE DE REPRESENTAÇÃO NO BRASIL E O MOVIMENTO SINDICAL
As manifestações nas ruas em junho de 2013 passou para história onde ocorreram as mais importantes demonstrações de inconformismo no Brasil, desde a era Collor. O início ocorreu com um pequeno grupo de jovens insatisfeitos com o sistema público de transportes e o aumento das tarifas. A sociedade e a mídia em geral os rotularam inicialmente de “baderneiros” e desocupados da classe média que queriam instalar um processo anárquico na sociedade naquele momento.
No entanto, à proporção que as manifestações foram ocorrendo, o espectro se ampliou, a mídia e população começaram a fazer outra leitura e percebeu-se que não se tratava apenas do aumento do preço das passagens de ônibus e, sim, a expressão de insatisfações muito mais amplas. Será que também não ocorre o mesmo em nossas empresas na gestão dos relacionamentos de trabalho?
Os gastos excessivos para a realização da copa do mundo, na saúde, educação, contra acorrupção e impunidade etc, viraram tônica, e as insatisfações difusas e generalizadas tomou lugar. Exatamente como na teoria do “Glass filled”, que usamos em Relações do Trabalho: pequenas reclamações não tratadas do dia-a-dia e que se avolumam tomando proporções e entregando os colaboradores ao movimento sindical por não tratarmos pequenas reclamações e não estabelecermos um diálogo estruturado.
Ainda temos mais perguntas que respostas, mas certamente a sociedade, expressivamente a classe média, aderiu de forma patriótica e foi para rua para gritar seu inconformismo com a atual situação política, económica e social do país.
Ficou claro que estamos vivendo uma crise de representação e questionamento da legitimidade das instituições, dos políticos e dos líderes que elegemos para a pujança que o Brasil tanto almeja. Há um esgotamento e uma descrença generalizada especialmente em relação aos partidos políticos, governo,