Rela Es De Trabalho E Recursos Humanos Em Busca De Identidade
TRABALHO
CLAUDIUS
E RECURSOS
QUEIROZ
HUMANOS
BARBOSAEM BUSCA DE IDENTIDADE
RELAÇÕES DE TRABALHO E RECURSOS HUMANOS
EM BUSCA DE IDENTIDADE
Allan Claudius Queiroz Barbosa
UFMG
Em 1987, em um clássico artigo1 acerca das relações de trabalho e políticas de recursos humanos, a professora
Rosa Maria Fischer demarcou de maneira inequívoca uma tendência que tornou visível uma reflexão mais combativa e abrangente sobre duas dimensões absolutamente imbricadas, quais sejam, relações de trabalho e políticas de recursos humanos. Com uma bem elaborada argumentação que mantém suas raízes nos estudos sociológicos sobre o trabalho e sua centralidade2 na sociedade contemporânea, a autora sedimenta uma discussão que em grande parte condicionou ou, de maneira mais precisa, influenciou reflexões ditas acadêmicas em recursos humanos.
Mas, seria essa a preocupação dos estudos sobre recursos humanos e relações de trabalho contemporâneas, depois de quase duas décadas de transformações e mutações no espaço organizacional? Afinal, os pingos foram devidamente colocados nos
“is”, conforme sugere a autora no título de seu artigo? Ou estaríamos, no espaço acadêmico, interpretando a teoria para entender e atender aos desígnios ditos irreversíveis da lógica empresarial e mercadológica?
Ou, ainda mais, estaríamos realmente “gerando” novos conhecimentos, capazes de demarcar avanços significativos em uma área com fortes contradições e dificuldades de afirmação?
Sem a intenção de questionar ou discutir a validade de pressupostos historicamente aceitos, esta pensata pretende manter aceso, ainda que de maneira tênue, um debate inesgotável sobre relações de trabalho e recursos humanos, dentro de um ambiente distinto daquele existente nos anos 1980. Mesmo assim pretende-se guardar similaridades na necessária utilização de um arcabouço mais abrangente e reflexivo sobre a temática.
Nessa perspectiva, o argumento central – ainda que pareça distante das
“modernas” e recentes