Rel e a crise dos anos 80
A interrupção na década de oitenta, de uma excepcional fase de crescimento que caracterizava não somente o Brasil mas toda a América latina, foi o resultado de um amplo conjunto de causas entre as quais, o peso insustentável da dívida externa, o fracasso dos programas de estabilização no combate à inflação e o esgotamento de um modelo de desenvolvimento que acreditava na chamda “restrição externa”. No entanto, é no seu aspecto financeiro que a crise se torna mais aguda, levando a economia a uma espiral inflacionária, que provocou uma queda nos níveis de poupança do setor público, criando um ambiente de incertezas que dificultou a retomada dos investimentos e continua a provocar o alargamento dos desníveis sociais. A década de 80 é considerada a década perdida da economia brasileira, na medida que os níveis de crescimento do PIB apresentaram significativas reduções. Vale lembrar que no início, foi essencialmente uma crise no balanço de pagamentos, resultante de uma equivocada política de crescimento com poupança externa, onde se havia uma entrada excessiva de capitais e a consequente sobreapreciação cambial.
A estrátegia adotada pelos países ricos para os em desenvolvimento, se baseava em déficitis em conta corrente e endividamento externo, desta forma impediam o crescimento econômico dos países retardatários. Porém o Brasil não sabia que a tese da “restrição externa” deixa de ter fundamento a partir do momento em que o país passa a exportar manufaturados. A medida que deveria ter sido tomada para “solucionar”, ou melhor, evitar essa restrição, era deixar de recorrer a déficitis em conta corrente ou a poupança externa. É um equívoco acreditar que o endividamento externo resolveria a falta estrutural de divisas fortes para financiar os investimentos.
O crescimento dos aos 1970 com elevados déficitis em conta corrente financiados por endividamento externo resultou, nos anos 1980, na grande crise da