Reitificação e fetichismo
Assim, dois fenômenos acontecem. Estão interligados, mas são enfoques distintos. O primeiro deles é o “fetiche” (adoração) que se passa a atribuir, principalmente pelo marketing, a certos produtos para estimular a venda. As mercadorias, segundo Marx, passam a ser compradas não mais pelo seu valor de custo de produção, mas pelo status que podem atribuir a quem as utiliza. Uma bolsa Birkin ou Prada, um relógio Gucci, uma calça Diesel ou Empório Armani são símbolos de status social. É isto que o consumidor adquire e não a mercadoria em si, afinal, um produto com a mesma qualidade de produção pode ser comprado por um preço menor, embora sem o peso de uma “marca”. Diversos slogans de propaganda revelam essa mentalidade materialista que se estabelece após o liberalismo econômico: “Stilo, ou você tem, ou você não tem”; “Unibanco, o banco de quem é inteligente”; “All Star, o tênis das estrelas”; “Hollywood, o sucesso”. A figura dos heróis e líderes da juventude da contracultura tentou modificar essa imagem através do movimento hippie, mas mesmo essa forma de manifestação de protesto por meio da música, da literatura, da arte pop e da moda acabaram sendo incorporados pelo cultura de massa, tornando-se uma categoria cujo valor de status das mercadorias acaba sendo maior pelo caráter “vintage” (status).
O segundo fenômeno, decorrente do fetichismo das mercadorias, é a reificação do ser humano, pois se TER é mais do que SER, então o que vale é o relógio, o carro, o emprego, o