Reinos africanos
Segundo a tradição, Faran Maghan Bote é quem primeiro consegue reunir os clãs antes dispersos. Ele institui a dinastia dya e funda o pequeno reino de Kukia, considerado o berço do futuro império songhai.
No início do século 10º, o rei dya Kossoi abraça a fé islâmica e conquista a cidade de Gao (no atual Mali), transformando-a na capital de um reino "cujos moradores professam a religião muçulmana, enquanto os povos que a rodeiam vivem na idolatria", na visão do historiador árabe Ibn Hawqal.
Em 1325, o reino de Kukia cai sob o domínio do império Mali, ficando obrigado a pagar tributos. Apesar disso, Gao continua sendo "uma das mais belas cidades dos negros e uma das mais fartas, pois não faltam arroz, leite, aves e peixes", escreve Ibn Battuta em seu livro Viagem ao Sudão.
Ali Kolen é como se chama o verdadeiro fundador do império songhai. Lá pela metade do século 15, ele consegue libertar seu povo do jugo do império Mali e toma para si o título de sonni (= senhor). No poder durante quase trinta anos (1464-1492), o império que constrói não fica devendo nada a outros impérios da época, dos maias, astecas ou europeus.
Com a morte de Ali, um de seus melhores generais, chamado Mohammed, usurpa o trono do herdeiro e inaugura a dinastia askya. É quando o império songhai alcança o seu apogeu.
Mohammed continua as campanhas vitoriosas de seu antecessor. Sua obra principal, porém, consiste em criar uma estrutura sólida e uma administração centralizada para os seus domínios. O império é dividido em províncias, à frente das quais coloca gente de sua inteira confiança.
Mohammed incentiva como ninguém iniciativas no campo das artes e das letras. Junto com Gao, a