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Origem e malha urbana de Reims – Relação com a Catedral

Para que se compreenda o presente de uma cidade é necessário que uma analepse seja feita para melhor compreensão a nível histórico e territorial. Uma cidade não consegue, à partida, viver “centrada” em si, tendo, também, de estabelecer relações com o resto do mundo. Como tal, cada parte que a constitui, não pode, de igual modo, assumir uma posição autónoma face ao meio que a envolve. Isto acontece com a Catedral de Notre Dame de Reims que estabelece relações urbanas e religiosas com a envolvente, tornando-se indispensável à cidade.

No norte de França, a 129 quilómetros da atual capital, situa-se a cidade de Reims, inserida junto à margem do rio Vesle. Remontando ao período anterior à colonização romana, a cidade não era mais que uma pequena tribo bárbara de origem galega. Intitulada de Remi (a partir do qual surge o nome atual da cidade) esta tribo acabou por ser conquistada pelos romanos aquando a expansão do Império para o norte da Europa no ano 58 a.C. (mapa X)Começa então o inicio da ocupação Gallo- Romana, que foi bem sucedida devido à aliança que facilmente se estabeleceu entre os romanos e os Remi.

Uma vez a apropriação do território pelos romanos, foi implementado o plano urbanístico axial característico da urbanização romana. Este consistia fundamentalmente num sistema em reticula quadrada (esquema X) que correspondia à divisão da superfície urbana segundo dois eixos geradores e organizadores que se cruzam perpendicularmente: o cardo e o decumano, que originaram consequentemente um sistema de vias paralelas, com o intuito de unificar o território e facilitar a deslocação dentro da própria cidade. Habitualmente orientados segundo um eixo norte-sul (cardo) e este-oeste (decumano) isto não acontece em Reims, visto estar orientado segundo um conjunto diferente de eixos (noroeste-sudeste e sudoeste-nordeste). Esta distorção de orientação deve-se essencialmente à apropriação da margem do rio