Região do Silêncio e Corpo Labaniano

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Região do Silêncio e Corpo Labaniano
Marcus V. M. de Almeida
A obra de Laban, devido a sua extensão, complexidade e diversidade ainda merecem grande investimento em pesquisas. Pretendemos entender aqui algumas forças do Romantismo que podem estar vinculadas à obra de Laban. Procuraremos aproximações entre um pequeno movimento artístico pertencente ao Romantismo, e que nos parece ser uma fonte genealógica para os pensamentos de Laban. Referimo-nos ao movimento artístico, ético e ecológico, de origem inglesa, denominado Movimento de
Arte e ofícios (“Arte ano Crafts”). O Movimento de Arte e Ofícios (MAO) contagiou pensadores como Proust, Gandhi e Tolkien. John Ruskin e Willian Morris são as mais importantes figuras do MAO (GALLEN, 1979 e KEVIN, 1999).
No século XIX surge o pensamento de que a indústria e a grande arte burguesa tiraram do operário as experiências estéticas. Mas a criação estética, para o MAO, é vista como necessária a todos e capaz de produzir uma revolução social e existencial.
Morris sentia a urgência de devolver a arte às massas e ao cotidiano. Seria na simplicidade do artesanato que Morris encontraria o local ideal para sua revolução. O conceito de Tremido de Ruskin, que valorizava a estética do artesanal, atestava a mão feliz do operário que imprimia sua singularidade em suas produções que eram feitas coletivamente (RUSKIN, 1992 e 2004).
Podemos afirmar que o cotidiano também para Laban tem importância significativa como nos apresenta o “Movimento de Artes e Ofícios”, pois em Laban visualiza a dança como efeito de um artesanato diário produtor do corpo. A dança seria uma possibilidade de agregar os gestos da vida cotidiana através de um híbrido de condensação de sua história, ou ainda, a dança como sumário de uma corporeidade constituída cotidianamente. Em Laban, a gestologia silenciosamente se constrói na história das experiências corporais com seus esforços e espaços. Nesta direção, o trabalho do dia-a-dia teria dupla

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