Registro da gênese

No decorrer do texto e das aulas pudemos observar a importância do estudo da gênese para conhecer os aspectos dos fenômenos sócio-históricos e das categorias, que são aspectos dos fenômenos. Isso se deve ao fato de que, muitas vezes, as explicações para tais fenômenos vêm de tempos atrás. Não podemos ficar apegados apenas à deduções daquilo que estamos vendo, devemos nos aprofundar e conhecer toda a historicidade do fenômeno, buscando desvendar fatos que não ficaram óbvios. Para isso, foram criadas duas categorias de análise da gênese e do homem com o mundo, que são a consciência e a atividade. Entende-se por atividade a capacidade do homem de fazer registros de sua gênese, ou seja, enquanto o homem pensa, registra e se dá conta da sua relação com o mundo sociocultural, ele vive nesse mundo, atuando sobre ele de forma direta e sofrendo as alterações desse mundo. O texto é bem claro nesse ponto, afirmando que o homem é produto e produtor do seu próprio mundo, ou como o texto explica, o homem é afetado pelo mundo que ele constrói com sua objetividade e subjetividade, que são componentes de uma consciência individual. Essa consciência se dá do sujeito para o mundo e pode conter aspectos de visibilidade imediata, ou aspectos que exigem uma observação mais minuciosa.

Se, por um lado, é fundamental frisar o caráter social e histórico da consciência, sua origem a partir da relação do homem com a realidade, ligado ao trabalho e à linguagem, por outro, Vigotski alerta para a questão da complexidade da reflexão, de forma a negar o caráter de cópia fiel da realidade, ou a idéia de que a consciência seria determinada mecânica e linearmente pela realidade. (BOCK, GONÇALVES E FURTADO, 2009).

Os autores do texto dão bastante ênfase à questão de que o mundo externo faz o mundo interno. Para eles, a realidade não depende de uma única pessoa, pelo contrário, ela preexiste sem precisar de uma pessoa em particular, mas ela passa a influenciar e fazer parte do mundo psíquico