Regime da amazonia
De acordo com o mapa das áreas alimentares do Brasil , a Área Amazônica apresentava como dieta básica o consumo de farinha de mandioca, associada ao feijão, peixe e rapadura. Em relação aos fatores etno-culturais que influenciavam a constituição da dieta, Castro 10 aponta a predominância da cultura indígena sobre as culturas dos brancos portugueses e negros africanos. O alimento básico da dieta, a farinha de mandioca, era consumido em diferentes preparações sob a forma de farofas, mingaus, beijus e bebidas fermentadas, sendo misturado a outros alimentos, oriundos da flora silvestre (frutos, sementes e ervas), da fauna aquática e terrestre (peixes, crustáceos, tartarugas, tracajás, jabutis, antas, macacos e patos), além da incipiente agricultura regional. Destaca o largo consumo de pimentas e outras ervas na preparação dos pratos regionais como uma importante contribuição da cultura indígena. Em relação aos frutos regionais, é interessante notar que, já àquela época, ele apontava algumas importantes características nutricionais do buriti e açaí (ricos em betacaroteno ou vitamina A) e castanha-do-pará (proteínas completas e ácidos graxos). A conclusão do autor sobre a dieta amazônica foi que se tratava de uma alimentação pouco trabalhada e atraente e que sua análise biológica e química revelava inúmeras deficiências nutritivas 10.
As carências nutricionais da Amazônia
A Região Amazônica, considerada uma das áreas de fome endêmica, caracterizava-se pela presença de deficiências proteicas, vitamínicas e de sais minerais (Figura 2). À época, as carências nutricionais endêmicas eram: carências proteicas, de vitamina B2 (arriboflavinose); de ferro (anemias) e de cloreto de sódio. As formas frustas ou subclínicas eram: carências proteicas; de vitaminas A, B1 e niacina (pelagra) e de cálcio (sem manifestação de raquitismo). A carência de vitamina B1 (beribéri) aparecia em forma típica epidêmica. Em relação ao beribéri, vale