Regime autoritário cubano
O governo de Cuba está convocando a sociedade para debater os rumos do socialismo naquela ilha do Caribe. A proposta é promover alguma abertura tanto na economia quanto na política. Parece que Cuba pretende desestatizar certas atividades econômicas, sem aderir completamente à economia de mercado. E o só fato de convocar o debate já revela a intenção de promover uma maior participação da sociedade nas decisões governamentais, o que não deixa de ser, quem sabe, um propósito de exercitar a democracia política naquele país.
Os simpatizantes de Cuba aplaudem as reformas e os novos rumos do socialismo na ilha; os adversários preferem comemorar a derrota do socialismo cubano.
Esses adversários dizem que os simpatizantes de Fidel Castro nunca quiseram enxergar o autoritarismo do seu regime e sempre procuraram justificá-lo com base em dois argumentos, apenas: primeiro, o regime cubano é autoritário, porém conseguiu eliminar a miséria e as desigualdades na ilha; segundo, o socialismo de Cuba só naufragou por causa do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos.
Mas, o que os adversários de Cuba não dizem é que o regime de Fidel Castro, centralizador e autoritário, recusou sempre a tutela dos Estados Unidos e conseguiu realizar algo que outros regimes autoritários, na mesma época, nunca conseguiram realizar aqui na América do Sul. De fato, as ditaduras sanguinárias do próprio Fulgêncio Batista em Cuba, de Juan Maria Bordaberry no Uruguai, Alfredo Stroessner no Paraguai, Hugo Banzer na Bolívia, Jorge Rafael Videla na Argentina, Emílio Garrastazu Médici no Brasil e Augusto Pinochet no Chile, todas com apoio militar e diplomático dos EUA, também estrangularam a democracia e só souberam aprofundar a miséria e a desigualdade.
Outra coisa que os adversários de Cuba não entendem, ou não querem entender, é que o embargo econômico dos Estados Unidos, e de outras potências capitalistas, não foi um embargo imposto apenas ao governo e ao Estado