REFORMA PROTESTANT1
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REFORMA PROTESTANTE - A RECONSTRUÇÃO DA IGREJAUMA IGREJA DIVIDIDA (O GRANDE CISMA OCIDENTAL)
A Reforma é sempre retratada como tendo abalado a unidade da Igreja, legando ao mundo moderno uma cristandade dividida. Quando olhamos mais de perto os séculos anteriores à Reforma, porém descobrimos uma pluralidade de formas e doutrinas eclesiais, denotando grandes divisões dentro da igreja, como veremos a seguir.
Depois da morte do papa Bonifácio VIII, o papado foi exilado em Avinhão na França por quase 70 anos, o chamado Cativeiro Babilônico (1309-1377). Logo após veio a chocante confusão do Grande Cisma Ocidental (1378-1417), quando durante algum tempo, dois e mais tarde três papas alegaram simultaneamente ser o cabeça supremo da Igreja Católica Apostólica Romana.
No inicio do século XV, a demanda por uma reforma urgente na Igreja, ecoou por toda a Europa. O espectro do Corpo de Cristo dividido em obediência a três papas, cada um proferindo maldições e interditos aos outros dois, deixava claro que a Igreja precisava de mudanças profundas para poder subsistir. Dessa crise, surgiu à visão conciliar da igreja, que afirmava a superioridade dos concílios ecumênicos sobre o papa no governo e na reforma da igreja.
Na teoria conciliar havia a distinção fundamental entre a Igreja Universal (composta por um concílio geral) e a Igreja Romana (composta do papa e dos cardeais). Na lei canônica já se apresentara um escape a doutrina de que o papa estava acima do julgamento humano, a menos se desviasse da fé. Esse desvio era interpretado não apenas como heresia manifesta, mas também como atos que ameaçassem a integridade da Igreja.
A preocupação ainda não estava resolvida, havia sempre a pergunta: no caso de um cisma múltiplo, quem estaria qualificado para julgar os papas responsáveis por tal ato? Depois de várias tentativas malsucedidas de resolver a crise, o Concílio de Constança, convocado pelo Imperador Sigismundo, reuniu-se em 1414. Os três papas foram destituídos. Um