Reforma Anglicana
A Reforma Protestante de Lutero causou reviravoltas religiosas praticamente em toda a Europa. As novas religiões, baseadas no princípio da livre interpretação bíblica, expandiram-se por todo o continente.
Uma delas, o anglicanismo, foi criada pelo rei inglês Henrique VIII. Durante o governo desse monarca (1509-1547), a burguesia exercia enorme pressão para que o aumento do poder do Parlamento fosse autorizado pelo monarca.
Com isso, os burgueses buscavam fortalecer sua presença na sociedade, o que apenas um Parlamento (formado por burgueses e senhores simpático a eles) forte poderia garantir. Caso conseguisse seu intento, a burguesia passaria a ter poder para legislar sobre as atividades comerciais e financeiras, diminuindo o poder da Igreja e do próprio rei.
Henrique VIII, para não ceder às pressões, necessitava angariar mais fundos para o Estado. Assim, confiscou bens da Igreja. Essa decisão enfureceu o papa, que ficou ainda mais abestalhado quando Henrique solicitou a anulação de seu casamento com a espanhola Catarina de Aragão.
Com o divórcio, o monarca pretendia impedir que a Inglaterra viesse a cair em mãos espanholas após sua morte, já que não possuía herdeiros masculinos com a princesa. A população britânica também apavorava-se com a ideia de um possível jugo espanhol sobre si e apoiou totalmente seu rei na questão com o papa.
Este último, contudo, emburrado com o confisco de riquezas, negou o pedido. Por seu lado, Henrique rompeu com o Vaticano e, alegando fidelidade aos princípios da Reforma, iniciou uma na Igreja inglesa.
Autocoroou-se chefe religioso e obrigou os líderes clericais do país a reconhecê-lo como tal, jurando-lhe fidelidade. Com a artimanha, conseguia não só calar o papa, como também livrava-se de Catarina.
Mais: assegurou a continuidade da soberania inglesa sobre seu próprio trono e, com a apropriação (agora legal, já que o rei era também chefe religioso) das riquezas da Igreja, financiou a