reflexões
CENTRO DE EDUCAÇÃO – CED
COORDENAÇÃO DE ENSINO LATO SENSU
PROGAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: TEORIAS DA HISTÓRIA
ANA PATRÍCIA DA SILVA ARAÚJO
Fortaleza-CE
Teorias da História Reflexão da pesquisa
Sabemos que a memória constitui um elemento indispensável à construção de uma identidade nacional. É através das nossas memórias que atualizamos impressões ou informações passadas, tentando recompor ou compor a nossa história. Numa civilização sem a escrita, marcada pela oralidade como, por exemplo, a africana, a acumulação de elementos na memória faz parte do cotidiano, como garantia de sua identidade, através da transmissão de bens culturais.
Jacques Le Goff, em seu ensaio sobre a memória, diz que esta, além de ser um elemento essencial na busca de identidade de indivíduos ou sociedades, serve também como instrumento e objeto de poder, propício, desse modo, á manipulação. A história das culturas afro-descendentes é tradicionalmente marcada por embates e discussões que envolvem reflexões sobre a temática da memória, da história, da identidade e das performances. Este debate tem seus marcos originais na história do Trafico e na existência de um ritual que envolvia circular em torno da “árvore do esquecimento” para garantir imunidade ao “banzo” e, principalmente, o apagamento dos nomes e das tradições culturais daqueles que seriam embarcados à força para diáspora. Assim, as várias tradições culturais africanas da diáspora sempre lidaram com esforços individuais e coletivos de guarda e preservação, reconstituição e reorganização de pedaços, narrativas, cânticos e performances, tecidos e traços, plantas e costumes entre outras bagagens que, junto com os corpos e almas, atravessaram o Atlântico.
A literatura afro-brasileira tem, entre seus objetivos e temática, dar visibilidade a essa memória que se tentou