reflexões a respeito do cap 2 do livro "Gestalt - Uma Terapia do Contato", por Serger e Anne Ginger
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Capítulo II – A árvore genealógica da GestaltAlgumas Raízes: fenomenologia, existencialismo, psicologia da Gestalt
O texto começa ditando as influências teóricas e metodológicas da Gestalt em sua formação; dentre essas, principalmente, o existencialismo e a fenomenologia, além da psicologia da Gestalt. A impressão que tive foi a de que a própria Gestalt acabou se construindo a partir de tais princípios. Explico: é uma filosofia que foi surgindo de um desencadeamento dialético (no sentido de busca de uma síntese) no encontro de pessoas, teorias e culturas. Além disso, o desenrolar da Gestalt como teoria só se daria a partir das vivências clínicas (aqui e agora, a “vivência imediata”) dos seus fundadores, que foram estabelecendo escolhas, tomando direções conscientes e sendo responsáveis pela “construção do projeto existencial” da própria teoria em questão. Nesse sentido, o surgimento da Gestalt seria um próprio produto dela, o que é muito bonito e mostra que é uma proposta que abrange o mundo, inclusive o seu próprio processo de formação.
Mais adiante, fiquei com uma dúvida. A forma polissêmica dos objetos permitiria múltiplos sentidos por múltiplos observadores, únicos. Entro na questão do coletivo e das convenções para a manutenção que este exige. Há a necessidade de comunicação entre os homens. Como esta questão entraria aí? O que é “cadeira”, o que é “saudade”, o que é “você”. Como foi possível, do ponto de vista da Gestalt, que se estabelecessem tais sentidos “consensuais” (no sentido de consenso mesmo)? Como desenvolver uma coletividade em um processo tão subjetivo e único? De outra forma, seria possível agregar indivíduos únicos e diferentes numa sociedade comunicativa? Ainda não entendi muito bem a relação do coletivo para a Gestalt, uma vez que, segundo ela, todos somos indivíduos significadores . Talvez por estar muito tempo vendo o mundo de outra forma...