Reflexões sobre o texto “Os tambores dos mortos e dos tambores dos vivos. Etnografia, antropologia e política em Ilhéus, Bahia.”

714 palavras 3 páginas
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Bacharelado em Políticas Públicas

Anderson Alberto Martins Ott

Reflexões sobre o texto “Os tambores dos mortos e dos tambores dos vivos. Etnografia, antropologia e política em Ilhéus, Bahia.”

Marcio Goldman

Goldman inicia seu trabalho com a história dos tambores no ritual de morte na religião do Candomblé e tenta articulá-la com o objetivo real da pesquisa dele, que é sobre a política de Ilhéus. Rapidamente ao comparar o primeiro contato dele com o principal político local – dando ênfase que esse político era próximo às suas concepções políticas e ideológicas – vemos uma discrepância no que era pensado pelo político local e o quê posteriormente era visto na sua ação, como a troca de pequenos favores pelo voto do movimento negro (principalmente os blocos afro), onde esses trocam o seu voto e/ou apoio político partindo da premissa que nenhuma eleição irá mudar a sua vida. Como Goldman busca atingir “o ponto de vista do nativo” não podemos dizer que isso – a troca de votos e apoio eleitoral em troca de pequenos favores (votos/apoio eleitoral) – é certo ou errado, mas também não estaria relativizando a democracia, mas o interessante seria, como ele diz, em última instância, “a capacidade de produzir uma perspectiva sobre nosso próprio sistema político” e “mesmo produzido em e para um contexto particular, seja capaz de funcionar como matriz de inteligibilidade em outros contextos.” Citando a parte do texto que ele diz “o etnólogo se interessa sobretudo pelo que não é escrito, (...) como porque aquilo por que se interessa é diferente de tudo o que os homens se preocupam habitualmente em fixar na pedra ou no papel”, denota que a centralidade é uma questão de “diferenças de recortes e escalas” e ele citando Paul Veyne “explicar muito, porém mal, ou explicar pouca coisa, porém muito bem” já mostra que a centralidade da etnografia parece mais uma escolha do etnógrafo,

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