Reflexões sobre migrações ambientais
1. Introdução
O início do século XXI tem sido marcado por discussão crescente a respeito das mudanças climáticas, suas origens e suas implicações sobre o ambiente e sobre o futuro da humanidade. O efeito estufa, o aquecimento global, o constante aumento da poluição atmosférica e a maneira com que o meio ambiente vem respondendo aos impactos causados pela ação do homem contemporâneo têm despertado na sociedade internacional, dentre diversas outras questões relevantes, o desafio de lidar com uma nova condição de vida das pessoas que têm sido vítimas das mudanças do clima: os chamados refugiados ambientais.
De acordo com a Agência Reuters, com a população mundial em torno de sete bilhões de pessoas, os impactos dos estilos de vida, consumo e produção sobre o meio ambiente atingem níveis sem precedentes em escala planetária. Um dos principais reflexos da grande quantidade de pessoas sobre a natureza que o ser humano deve sentir nas próximas décadas é a migração forçada por causa das mudanças climáticas. Assim, o aumento de eventos como furacões, secas extremas, enchentes em regiões costeiras e em várzeas de rios, deslizamentos de encostas, entre outros, vai obrigar milhares a deixarem o local que habitam.
Denota-se que a degradação ambiental tem sido a causa do deslocamento e da migração de um grande número de pessoas ao redor do mundo, o que tende a se agravar, de acordo com muitos estudiosos do tema (MYERS, 2005; BROWN, 2008; OJIMA; NASCIMENTO, 2008; FRIEDMAN, 2010; VIOLA; FRANCHINI; RIBEIRO, 2013). Gradativamente, elevam-se os registros do número de pessoas que perdem seus lares, seu labor, seus familiares e até mesmo suas vidas, por força da mudança climática, diante de fenômenos tais como grandes cheias, soterramentos de terra, secas persistentes, ondas de calor, tempestades vigorosas etc.
O mais preocupante é que, conforme indicam especialistas, as mudanças ambientais tendem a se