REFLEXÃO SOBRE O TEXTO “A ESCOLA E O PROCESSO DE REPRODUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS”, DE BOURDIEU E O FILME “ENTRE OS MUROS DA ESCOLA”.

REFLEXÃO SOBRE O TEXTO “A ESCOLA E O PROCESSO DE REPRODUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS”, DE BOURDIEU E O FILME “ENTRE OS MUROS DA ESCOLA”.

Bourdieu foi um dos principais sociólogos contemporâneos e um dos objetos de sua sociologia foi a educação, tomando por base de estudo e análise o sistema escolar francês. Ele concluiu que a escola, como instituição, não é neutra e não tem uma função transformadora, como seria de se esperar; ela é, sim, um meio através do qual se reproduzem e reforçam as desigualdades sociais, que são evidentes desde o primeiro contato com uma educação formal, visto que a criança inicia sua aprendizagem em um ambiente marcado pelo caráter de classe, que se estende desde a organização pedagógica até o modo como a escola prepara os alunos para o futuro, para quando não estiverem mais entre os muros da escola. Bourdieu entende cultura como um valor arbitrário, sendo que cada grupo social tem seus próprios valores, não sendo possível, por causa disso, definir qualquer cultura como superior a outra. Na perspectiva de Bourdieu, “a conversão de um arbitrário cultural em cultura legítima só pode ser compreendida quando se considera a relação entre os vários arbitrários em disputa em determinada sociedade e as relações de força entre os grupos ou classe sociais presentes nessa mesma sociedade.” Ou seja, para ele, “a capacidade de imposição e legitimação de um arbitrário cultural corresponderia à força da classe social que o sustenta.” Em outras palavras, os valores que seriam capazes de se impor como “cultura legítima” seriam os da classe dominante. Reformulando essa afirmação no contexto educacional, sendo a escola uma instituição socialmente legitimada, a cultura escolar seria a cultura imposta como legítima pelas classes dominantes, reforçando-se o caráter de reprodução e legitimação das desigualdades sociais que a escola adquire na sociologia de Bourdieu. Dentro da perspectiva bourdieusiana, tratando de modo igual (através dos conteúdos que