Reflexão sobre a indisciplina na sala de aula
Reflexão sobre a indisciplina na sala de aula Psicologia da Aprendizagem e da Relação
Educativa
Sandra Maria Ferreira Pires Correia
Junho de 2012
Reflexão sobre a indisciplina na sala de aula
1. A indisciplina na sala de aula
Uma dos grandes debates que têm os professores prende-se com a indisciplina na sala de aula. Trata-se de um assunto que preocupa não só os docentes em início de carreira, mas também aqueles que têm já uma vasta experiência de ensino.
Segundo Cosme e Trindade (Cosme & Trindade, 2002), face a um conjunto de leituras tão contraditórias que se produz acerca da indisciplina ou do que se entende por indisciplina dos alunos nas escolas, impõe-se que, antes de discutir o que fazer, se discuta, em vez disso, de que se trata quando se fala de indisciplina dos alunos.
Assim, verificamos que aquilo que para um professor constitui um problema de indisciplina, para outro pode ser uma atitude típica da idade ou ainda para outro uma manifestação mais efusiva de variação de humor por parte dos alunos. A falta de concordância leva os alunos a testarem comportamentos e limites.
Para FONTANA, citado por PICADO (2009), a forma como vemos o comportamento das crianças na sala de aula também varia com a cultura e com o tempo histórico. Há muitos fatores que condicionam o comportamento dos alunos, nomeadamente: o clima escolar, a idade, o sexo, o autocontrole, o autoconceito e o estilo cognitivo. O professor deverá considerar estes condicionantes quando lida com turmas e alunos diferentes. A Organização política e prática das escolas, o sistema de sanções e punições, a disponibilidade ou não do pessoal docente e sua personalidade, são também fatores que podem originar conflito ou manutenção dele na sala de aula (Woods, 1990, citado por PICADO; 2009). Horários escolares desajustados, mau planeamento das aulas, currículos considerados pouco interessantes pelos alunos e deficientes