REFLEXÃO: Narradores de Javé

NARRADORES DE JAVÉ

O filme Narradores de Javé, obra fictícia, conta a história de uma cidade no Sertão do Nordeste que irá desaparecer com a construção de uma usina hidrelétrica. Os moradores da cidade querem salvá-la e para tal pretendem transformá-la em Patrimônio Cultural da Humanidade. Eles recorrem a Biá, o único alfabetizado da cidade que, havia se transformado numa pária ao escrever cartas para pessoas de outros municípios fazendo fofocas dos moradores a fim de movimentar a Agência dos Correios e assim impedir que esta se fechasse. Biá passa a recolher os depoimentos dos moradores sobre o surgimento da cidade, sendo que cada morador tem uma versão própria na qual o fundador da cidade é sempre um parente e cada versão vem revestida de características próprias do meio cultural e social em que o indivíduo está inserido. As divergências entre as histórias impossibilita seu registro oficial e não permite uma comprovação de caráter científico. Ao final, depois de tantas histórias Biá não consegue escrever o livro. O “progresso” vence e os moradores vêm as águas tomarem conta da cidade e saem em uma nova saga a procura de um novo lugar para morar. Narradores de Javé nos permite refletir sobre diversas questões que envolvem o estudo da Geografia:
Espaço: as dificuldades enfrentadas pelo povo do Sertão.
Territorialidade: as divisas cantadas pelos primeiros moradores.
Desigualdades: o povo simples do interior massacrado pelo coronel amparado pelos engenheiros, homens “estudados” da cidade.
Energia: o impacto social e ambiental ocasionado pela construção de uma usina hidrelétrica.
Cultura: a importância da oralidade como forma de perpetuar a cultura de um povo, suas histórias e lendas. Castro Giovanni (2000) afirma “o espaço construído resulta da história das pessoas, dos grupos que nele vivem, das formas como trabalham, como produzem” destas forma, devemos concluir que o ser humano é um agente efetivo da transformação de seu ambiente e essa