Reflexão da visita de campo
Desse modo olhamos, julgamos o que é certo ou errado, enquadramos determinado grupo como inferior ou superior e no fim concluímos que nosso modo de pensar e viver é o correto e tudo ao nosso redor precisa ser ajustado conforme nossa visão “ correta de mundo “, que, portanto deve abranger a todos.
Segundo Gilberto Velho, para conhecer é necessário estabelecer contato durante um período razoavelmente longo, pois alguns aspectos culturais não são explicitados, não estão na superfície, exigindo um esforço maior e mais detalhado de observação e empatia. Essa afirmação nos coloca em uma situação de questionamento sobre o que temos observado no nosso dia-a-dia, se estamos apenas fazendo uso do nosso olhar superficial, sem considerar fatores importantes como os motivos pelos quais tais classes sociais se comportam de determinada maneira ou quais fatores sociais e/ou psíquicos estão envolvidos nisso e quão familiar isso se torna para nós. Questionamentos como: até que ponto somos capazes de transformar o exótico em familiar e o familiar em exótico aparecem quando de verdade estamos abertos a esse olhar mais “ apurado” e, não apenas ao olhar superficial.
Em nossas visitas de campo surgiram várias indagações no que se diz respeito às desigualdades sociais tão fortes e tão próximas.
Um cenário importante de destacar é a grande atividade portuária noturna,