Seriam as palavras obedientes aos impulsos nervosos? Creio que sim, ao menos deveriam. No entanto estou quase certa de que sofro de algum tipo de distúrbio.Atipicamente, meus pensamentos sofrem de hiperatividade, a todo instante as palavras saltam de um lado para outro da minha cabeça , se embaralhando e reajustando formando pensamentos diversos. Meu corpo grita “durma” mas, aparentemente , há uma falta de comunicação. Desisti, me rendi aos meus pensamentos que imploram por qualquer tipo de reflexão. Desta vez, o agente comprometedor da minha noite de sono foi a preocupação com a opinião alheia. Nossa , surpreendo-me ao perceber a influência que as pessoas exercem umas sobre as outras. As pessoas rotulam tudo e todos a sua vida, padronizam valores, ideias e opiniões. Resultado: se perdem, se desencontram, deixam de existir. Surge uma cobrança ,agradar aos outros afim de se agradar. Infelizmente a sua concepção sobre si mesmo tornou-se banal, desnecessária. A heterogeneidade entrou em extinção, a sociedade está robotizada. Por muito tempo este estranho comportamento passou, por mim, despercebido, até que encontrei-me refletindo sobre o que rodos esperavam ao meu respeito, mas e o que eu espero de mim, como fica? Ficou claro, todos estamos rotulados como embalagens enlatadas expostas em prateleiras dos supermercados , com direito a receita, ingredientes de composição e tudo mais. Estamos imóveis, imutáveis , enquadrados em um padrão. Mas, diferente das mercadorias econômicas, nosso produto principal sofre alteração nos componentes, no modo de preparo e até na embalagem externa. Não, não somos latinhas de leite moça nem pacotes de biscoito, não somos produzidos para a aprovação dos outros, para a aceitação de um público consumidor. Somos feitos para agradar a nós mesmos, a final somos a maior companhia que temos , o grande consumidor do produto que