Reflex O Dos Poemas
Soneto de fidelidade
Amor é fogo que arde sem se ver
Como os poetas veem o amor?
Camões trata do amor de forma racional, conceituando a natureza contraditória e paradoxal do amor. A segunda parte de cada verso compreende um complemento da primeira, enfatizando-a por intermédio da aproximação de realidades distintas. Camões trata do amor como um tipo ideal superior, perfeito e único, mas impossível de se atingir por conta da nossa imperfeição como seres humanos. Assim, destroem-se as definições – que não passam de meras tentativas – que se anulam por si próprias e são anuladas pela interrogação final (no último verso). Por sua vez, Vinícius de Moraes, em seu Soneto de fidelidade, ressalta a valorização, o zelo e compromisso com o sentimento do amor. Promete ser fiel a esse amor e vive-lo em todos os momentos, alegres ou tristes, preenchidos ou vazios. Por fim, o amor não precisa ser imortal, pois chama, já que pode ser uma paixão, um amor efêmero, mas que seja um verdadeiro amor e que seja infinito em sua decorrência.
Organização dos versos dos poemas
Soneto de fidelidade Formado por catorze versos, divididos em dois quartetos e dois tercetos. Possui rimas soantes com disposição cruzada (A-D, B-C) de posicionamento externo. Vinícius de Moraes utiliza nestes versos uma simetria intermitente, sendo as duas primeiras estrofes com uma formação decassílaba, com a qualidade dos versos classificados como raras, a tonicidade grave e uma sonoridade dita perfeita, pois há uma notável identidade dos sons finais assim como uma semelhança entre as últimas vogais e consoantes.
Amor é fogo que arde sem se ver Quanto à métrica, os versos são decassílabos (dez sílabas poéticas), com predomínio dos decassílabos heroicos, nos quais a sexta e a décima sílabas são sempre tônicas. Obedece ao esquema de rimas ABBA, ABBA, CDC, DC. Isto permite a divisão do tema e a construção de uma rica unidade sonora, na qual a familiaridade dos sons e a passagem de um