Referência do Termo Hospitalidade e Hospital
O fator social é par intrínseco da hospitalidade, configurando-se em um ritual composto por dois atores, ou mais, e o espaço em que se desenrola. Tratar de hospitalidade implica ter em mente o contato humano e práticas altruístas, em que o ato de dar, receber e retribuir torna-se um círculo vicioso e contínuo. Assim, esta inicia-se como uma dádiva e prolonga-se na retribuição de uma nova dádiva, gerando dons e contradons que se violados, podem levar a um comportamento hostil. Nesse sentido, a hospitalidade vislumbra-se inicialmente no espaço doméstico com as características já mencionadas, porém, com as estruturas comerciais que se estabelecem, principalmente em decorrência do avanço industrial e do turismo, esta adquire também um viés mais técnico, representado pelo contato encenado, visto que não se conhece a pessoa que lhe oferece um bem ou serviço e há remuneração por tais produtos. A hospitalidade comercial, portanto, remete a receber por um serviço pago, não há vínculo, apenas uma troca definida por um contrato. Num contexto em que o consumo promove status, esta é amplamente posta em prática, deixando-se de lado a genuína hospitalidade. O termo é também bastante confundido com “hotelaria” que, na verdade, consiste no conhecimento e práticas administrativas dos meios de hospedagem, como por exemplo, o estabelecimento comercial hotel. Por outro lado, a morfologia da palavra hospitalidade pode remeter ao vocábulo “hospital”, definido como unidade prestadora de cuidados a saúde. Destaca-se que a origem do termo é francesa, Hôpital, que designava os locais que recebiam os hóspedes, derivado do latim “hospes” que significa tanto o hóspede que é recebido, como o hospedeiro que recebe.
Percebe-se, então, que estes conceitos estão intimamente correlacionados, mas não necessariamente quando há um, há o outro. Segundo Camargo (2004, p. 43) “(...) ser hospitaleiro significa gosto por receber pessoas, mas não necessariamente a