Reestruturação produtiva
Por aparentemente anonimo 16/03/2007 às 10:57
O movimento operário clássico, que viveu muito depois das antigas revoltas sociais, já não lutava contra os abusos do trabalho, mas desenvolvia uma sobre-identificação com o aparentemente inevitável.(...)Da desgraça do trabalho passou para o falso orgulho de trabalhador, o qual redefiniu como "direito humano" à própria domesticação.
O movimento operário foi um movimento pelo trabalho
O movimento operário clássico, que viveu muito depois das antigas revoltas sociais, já não lutava contra os abusos do trabalho, mas desenvolvia uma sobre-identificação com o aparentemente inevitável.
Só procurava "direitos e melhorias" dentro da sociedade do trabalho, cuja imposição fazia tempo que tinha internalizado. Ao invés de criticar radicalmente a transformação da energia humana em dinheiro como fim absoluto e irracional, aceitou o "ponto de vista do trabalho" e concebeu a exploração econômica como uma ordem das coisas neutra ou mesmo positiva.
Assim, o movimento operário pegava, à sua maneira, a herança do absolutismo, do protestantismo e do iluminismo burguês. Da desgraça do trabalho passou para o falso orgulho de trabalhador, o qual redefiniu como "direito humano" à própria domesticação. De certa forma, os parias domesticados pelo trabalho deram volta ideologicamente ao negócio e desenvolveram um esmero religioso pelo qual começaram a reclamar, de um lado "direito ao trabalho", e de outro "dever de trabalhar" para todos. A burguesia não foi combatida como portadora funcional da sociedade do trabalho, mas ao invés, foi insultada de parasitária, em nome do trabalho. Todos os membros da sociedade, sem exceções, tinham que ser recrutados para a força dos "exércitos do trabalho".
O movimento operário virou assim, ele próprio, o pioneiro da sociedade capitalista do trabalho. Foi ele que impôs os últimos degraus da coisificação no decorrer do processo de desenvolvimento do