Reestruração capitalista
A partir da crise que estremeceu todo o sistema capitalista mundial, iniciou-se uma profunda reestruturação capitalista com significativas mudanças no setor produtivo, com a introdução de novas tecnologias e novas formas de organização da produção; no setor financeiro, com a desregulamentação financeira e; em nível do Estado, assentado na globalização econômica e financeira, na liderança das políticas neoliberais e no advento da Terceira Revolução Industrial e Tecnológica.
Houve uma profunda crise do Estado do bem-estar social que passou a ter um déficit muito elevado. É justamente neste momento, e diante desta situação, que se instaurou a política neoliberal como forma de resolver a crise no que se refere às políticas do Estado. Apesar do discurso do Estado mínimo, percebe-se que, na prática, para resolver ou minimizar as desordens financeiras globais exige-se, sempre mais, a coordenação dos Estados ou de órgãos supranacionais para evitar os cataclismos de dimensões que poderiam abalar a acumulação do capital e todo o sistema, haja vista as atitudes intervencionistas dos estados adotadas a partir de setembro de 2008 e, novamente, em 2011, sem contudo tocar na raiz dos problemas e, portanto, deixando-os não resolvidos, mas apenas maquiados.
Fator de grande relevância passa a ser o papel assumido pelo capital financeiro, sobretudo após o processo de desregulamentação do setor e que Kurz (1993; 2004) define como o predomínio do capital fictício, do crédito governamental e da especulação, que deu origem à época do capitalismo-cassino de dimensões globais. As conseqüências de tais políticas, para países como o Brasil e tantos outros da América Latina, em