Reengenharia
Hammer e Champy concordaram que a reengenharia entrou numa nova fase. No campo teórico, julgam que o conceito já foi assimilado, pelo que importa deslocá-lo para um âmbito mais vasto relacionado com a gestão da mudança e os aspectos comportamentais. O novo livro de Champy, "Fast Forward", será dedicado a este tema, enquanto o de Hammer, "Beyond Reengineering", ensina a lidar com um novo tipo de organização, baseada em processos e orientada para os clientes. Em termos da aplicação prática da reengenharia, afirmam que o objetivo dos gestores passou a ser o crescimento das empresas, em vez da redução de custos que caracterizou a primeira fase do movimento.
Continua a haver uma grande confusão, consciente ou não, entre o conceito que criaram e outras práticas de gestão muito populares em períodos de crise (por exemplo, o "downsizing"). Quais são as principais diferenças?
MICHAEL HAMMER - A diferença, a meu ver, é mais simples do que se pensa. "Downsizing" significa eliminar pessoas. Reestruturação significa eliminar trabalho. Como vêem, são dois conceitos diferentes. Quando há uma reestruturação os gestores dizem: "Não queremos esta empresa, nem este sector, por isso vendam-na ou encerrem-na." No "downsizing", eles afirmam: "Temos demasiadas pessoas, despeçam algumas." Na reengenharia, pensa-se o seguinte: "Nós executamos tarefas que não devíamos fazer; porque não fazer as coisas de modo diferente?" Por vezes, o resultado disto será menos pessoas, mas felizmente essa não é a regra. A maioria das empresas aplica o conceito sem despedir os empregados. Utiliza essa melhoria de eficiência para oferecer maior valor aos seus clientes, com o mesmo número de pessoas.
JAMES CHAMPY - Tal como o Mike disse, a reengenharia procura mudar os fundamentos do trabalho, enquanto o "downsizing" visa fazer mais com menos pessoas. Muitos acusam a reengenharia de ser apenas uma desculpa para quem deseja o "downsizing", mas isto não é verdade. Este