Redes tecnicas
Antes da intervenção estatal no setor, as instituições que já precisavam utilizar-se da teleinformática seja em função da natureza das suas atividades, seja em função de sua ligações com o exterior eram obrigadas a recorrer a soluções próprias, usando as redes telefônica e de telex. Era o caso, por exemplo, dos bancos, das companhias de aviação, de muitas empresas multinacionais e de alguns órgãos do governo federal (3). Por outro lado, a possibilidade de comercializar informações era quase impensável e, nesse sentido, serviços com essa finalidade eram praticamente inexistentes. Os poucos bancos de dados que se haviam constituído pertenciam a instituições governamentais (IBGE, Prodasen, Prodesp, etc.) e só podiam ser acessados por um público interno.
Com o objetivo de corrigir essas insuficiências, o governo brasileiro colocou inicialmente à disposição dos grandes demandantes de serviços de transmissão de dados a rede Transdata. Criada oficialmente pelo decreto 104 de maio de 1980, essa rede era constituída por circuitos privados do tipo ponto-a-ponto (não comutados, portanto), alugados pela Embratel a preços fixos, calculados com base na distância que separava os correspondentes e na velocidade da transmissão (medida em bites por segundo/bts).
No final de 1985, havia 33 centros de transmissão em funcionamento e 9.854 circuitos estavam alugados; em 1987, esse número já se elevava a 16.169, o que representava um crescimento de 65,3% no período. De fato, a Embratel recebia em média, na época, 300 pedidos mensais de aluguel de novos circuitos. Uma parte desse sucesso devia-se certamente ao índice de confiabilidade do serviço, situado em torno de 98% (Embratel, 1987).
No que diz respeito às comunicações com o exterior, a Embratel passou a oferecer os serviços das redes Interdata e Findata (esta em acordo com a agência Reuters), de caráter público, e das redes Airdata (usada pelas companhias de aviação) e Interbank (associada à rede Swift),