I - O que é um telefone?Civilização capitalista e consumo. De início o telefone celular conferia ao usuário um status social. Representava um símbolo importante. A partir dos anos noventa, com a privatização da telefonia, houve uma grande expansão na produção de telefones celulares. Apesar da desconfiança de início, os telefones celulares foram importantes para vários segmentos, fomentando os serviços, especialmente no âmbito informal. O problema ainda era a questão do custo, que era alto, para acesso ao aparelho e para realizar as ligações. A barreira da falta de distribuição adequada da renda no Brasil se impunha. A concepção sociológica das últimas décadas tende a descrever o fenômeno do consumo ligado diretamente à estratificação social, ao poder simbólico na arena mercadológica. Este representa um dos aspectos dos produtos na sociedade de consumo. Há um aspecto fundamental a ser levado em consideração: a maioria dos produtos de consumo concentra em si conhecimento científico-tecnológico, sendo que o acesso a eles é condição de integração na vida civilizada e de qualidade de vida. Os bens de consumo servem para facilitar a vida das pessoas, e não correspondem ao que é descrito pela lavagem cerebral na propaganda de massa. Mas isso não quer dizer que não tragam consigo problemas, a exemplo: problemas ambientais, o lixo, perda da intimidade das pessoas, etc. As ciências sociais analisam de modo equivocado as relações entre o consumo e a sociedade. O problema é de ótica. O consumo não pode ser visto como fenômeno autônomo. É parte constitutiva do sistema de produção. Erro típico inicialmente cometido por Marx, quando, nesta senda, reduziu o trabalho à mercadoria. A visão economicista da relação consumo-sociedade é, de mesmo modo, simplificadora e reducionista. II – Os caminhos da desigualdade social Deve-se considerar que o capitalismo contemporâneo é estruturado por dois princípios basilares: o da liberdade e iniciativa individuais, que