Redação Uma vaga permanente na ONU
O Brasil, segundo a própria diplomacia, se apresenta como o canditado mais qualificado para representar a América Latina, o que favorece a sua busca por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Para o filósofo chinês Confúcio, no entanto, em todas as coisas o sucesso depende de uma preparação prévia, e sem tal preparação o falhanço é certo. De fato, o Brasil não está pronto a assumir as muitas responsabilidades enquanto membro permante no setor em questão, posto que entre o estado e o capitalismo origina-se o fracasso e a falência social.
A real motivação do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) na buscar uma vaga permanente vai de encontro às idealizações do Conselho de Segurança da ONU. Enquanto este preza, essencialmente, por zelar a paz internacional, aquele anseia pelo maior prestigio e visibilidade do país frente à economia global. É perceptível que esta aberração ética, originária na linha tênue entre estado e capitalismo, poderia influenciar nas resoluções, tomadas no Conselho de Segurança, de conflitos e guerras internacionais. No caso das ameaças de ataque nuclear norte coreano, por exemplo, é certo que a diplomacia brasileira poderia autorizar a intervenção militar na região em prol, simplesmente, das relações econômicas estabelecidas com a Coreia do Sul. Nesse sentido, percebe-se que o Conselho de Segurança conta com membros hábeis para legislar em manutenção da paz, qualquer outro objetivo seria, aqui, o certeiro fracasso social.
Válido é destacar também as implicações da busca por uma vaga permanete na ONU para a sociedade brasileira. As relações entre a política exterior das potências mundiais e suas respectivas políticas internas são, de fato, complementares. Dos países permanentes da ONU, a França é um exemplo disso ao propiciar a segurança nacional através da garantia de uma força pública que privilegia os direitos do homem e do cidadão.