Redacao
A priori, a separação dos grupos sociais e a aculturação promovida pela globalização inflam o consumismo. O poder de compra permite acesso a determinados camarotes (restaurantes, viagens, shows), inacessíveis à classe inferior. Do mesmo modo, acontece com a educação e a saúde. A população ao perceber os problemas nesses setores, em lugar de cobrar por melhoria dos serviços, migram para os domínios privados, enquanto os menos abastados aceitam o que lhes é oferecido. Essa divisão prejudica a sociedade, pois promove uma incompatibilidade com o ideal democrático de acesso igualitário a recursos.
Ademais, é evidente que a conjuntura capitalista favoreceu o processo de camarotização. Pessoas isoladas umas das outras, muros em condomínios, portarias, interfones, seguranças, tudo privilégios apenas de algumas. Também, a diminuição dos espaços compartilhados, entre grupos, afeta diretamente o convívio, posto que a falta de intercâmbio social priva a população de aprendizados, sincretismos culturais e sentimento de unidade patriótica. Aprender pela convivência a respeitar a heterogeneidade, faz-se um ganho incomensurável para a cultura, democracia e cidadania. É notório, pois, que a burguesia e o proletariado, analisados por Marx, encontram-se distantes de uma harmonia social, o que vem a afetar a noção de pertencimento à sociedade. Por conseguinte, medidas governamentais, agregadas ao auxílio da sociedade, podem atenuar ou