Reda O
Em 2011, o americano Arthur foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, doença que não tem cura e impossibilita o paciente de se mover e falar. Jim, seu companheiro, cuidou dele por dois anos, até que aquele faleceu. “Ironicamente” eles não tiveram seus direitos familiares reconhecidos, uma vez que a maioria dos estados americanos não reconhece a união homossexual como família, mas eu te pergunto [pergunto,] caro leitor: se Arthur e Jim não eram uma família, o que eles eram?
Casos como esse se repetem, mesmo em países que reconhecem a união civil entre pessoas do mesmo sexo. No Brasil, por exemplo, uma proposta de lei visa a definir o conceito de família priorizando determinados grupos sociais e discriminando outros. A proposta é de iniciativa de um parlamentar religioso que, ignorando a laicidade doestado [Estado], engendra propostas sob sua visão religiosa.
Se bem que qualquer iniciativa que busque restringir o conceito de família no atual momento científico e social em que vivemos, é pautadanuma [por uma] visão conservadora e religiosa. Mas, se formos nos ater a questões religiosas [religiosas,] a sociedade irá ruir; se tomarmos o Pentateuco como base da nossa jovem democracia, além de considerarmos a família como o conjunto formado por homem e mulher, precisaríamos matar os homossexuais queimados e crer que o sol [Sol]gira em torno da terra [Terra] – contrariando 100 anos da teoria da relatividade.
Não se pode permitir que a religião infrinja os direitos humanos conquistados a tanto custo, ou que ideologias retrógradas limitem o direito de um indivíduo. A sociedade muda, portanto os conceitos sociais mudam, e as leis devem acompanhar a evolução social oferecendo condições dignas àqueles que vivem sob sua proteção.
Jim e Arthur eram uma família, qualquer casal homossexual forma uma família, porque o princípio da família é o da união entre indivíduos com laços afetivos, e isso não inverte valores